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domingo, 2 de agosto de 2009

A DANÇA, A DOR E A PSICOSE


“Dançarei apenas porque isso me possibilita expressar minha personalidade. Quero ser uma personalidade para cumprir minha missão. Minha missão é a missão de Deus. Minha loucura é o meu amor pela humanidade. Não quero a morte dos sentidos. Sou aquele que morre quando não é amado ”.(Vaslav Nijinsky).

Gênio da dança e ao mesmo tempo um sujeito psicótico, Nijinsky mostra uma outra forma de habitar o próprio corpo. Como uma de nossas fontes de sofrimento, este bailarino propõe várias personagens para habitar seu corpo. Narciso e o Fauno foram alguns que puderam manter o corpo de Nijinsky unificado e embalado pela dança, seu meio de dar sentido às suas experiências. O delírio cumprirá, posteriormente, o papel da dança para Nijinsky, mas em outros sujeitos, a impossibilidade de simbolizar o sofrimento ou pela via da dança ou pela via do delírio faz esse corpo padecer de dor, uma dor física incurável.

2 comentários:

Rafael Pinheiro disse...

interessante a relação entre dança e psicose. gostei muito de pensar sobre isso. Pensei no Michael. quando vi um documentário dele com os filhos fiquei realmente pensando em se tratar de uma psicose. Na dança e nos palcos ele era outra pessoa , como que habitado por algo.
boa sorte na pesquisa!

Rafael Pinheiro

liz disse...

A dança então nesta lógica, me parece que poderia ser pensada como uma possibilidade de tratamento da psicose. Aonde falha na questão da imagem, uma prótese, uma suplência. Ou seria uma questão de sorte? Sorte de Nijinsky ter se apropriado da linguagem da dança, sem saber, contendo seu delírio. Ou seria uma via de estruturação de delírio?