Páginas

sábado, 20 de agosto de 2011

XIII JORNADAS DE FORMAÇÕES CLÍNICAS DO CAMPO LACANIANO - FCCL/RJ - "A Clínica do Ato. "

XIII Jornadas de Formações Clínicas do Campo Lacaniano - FCCL/RJ - "A Clínica do Ato. "
Data:  25 a 27 de novembro de 2011
Hotel Novo Mundo,Praia do Flamengo,20- Rio de Janeiro/Tel 21 22869225 , Tel/fax 21 2537 1786

Atenção: Até 30/09


Estudantes de graduação : 110,00
Membros e pariticipantes de FCCL: R$ 170,00
Outros Profissionais: R$ 190,00

Nossa página no facebook: www.facebook.com/psicanaliseeclinicadoato

A CLÍNICA DO ATO

   A passagem ao ato e o acting out

 Vera Pollo
         Se partirmos da declaração de Lacan de que seus seminários obedecem a uma sequência tão rigorosa quanto as séries matemáticas, teremos de indagar por que e como o ato analítico se inscreve entre “a lógica da fantasia” e algo que passa “de um Outro ao outro.” Pode a fantasia passar ao ato? O que é uma passagem ao ato?
         Entre as inúmeras referências de Freud ao ato, ele nos dá a entender sua concepção de que o artista é aquele que consegue passar sua fantasia ao ato. Por meio do ato criativo, ele consegue compartilhar o mais íntimo de si mesmo, ou seja, aquilo que no neurótico comum apenas faz sintoma, em quem tem o dom da sublimação pode fazer obra de arte. Eis porque Freud irá comparar o sintoma conversivo com a obra de arte fracassada. Há outras referências freudianas ao ato, como sua interpretação do Niederkommen, o deixar-se cair/deixar-se parir da Jovem homossexual, no qual “o sujeito como que retorna à exclusão fundamental em que se sente.” (Lacan 1963/2005:124)
          Lacan inicia “O Seminário, livro 15: o ato analítico” com questões simples e singelas: Será que o ato analítico é a interpretação? Ou será que é o silêncio? Ora, se a interpretação é da ordem do dizer, e se o silêncio só existe como a contraparte do barulho, ou seu pano de fundo, se assim preferirmos, tanto uma pergunta como a outra assinalam de imediato que o ato não pode ser concebido fora da dimensão significante.
Diremos que, na sequência das lições do seminário, Lacan nos conduz gradativamente a definir o ato como um significante, porém não qualquer um, pois um significante que funda um fato, que se torna ele mesmo um evento, é um significante muito especial. Ao ultrapassar certo limiar do princípio do prazer, ao fazer um corte temporal, ele instaura um antes e um depois. Assim é o ato.
O sujeito não está presente no instante do ato, pois o agente do ato é paradoxalmente o objeto, ou seja, o real enquanto aquilo que cai, no sentido do que pode ser deixado para trás. Contudo, o sujeito será profundamente modificado pelo ato, ao retornar, ele próprio, como a leitura do ato.
         Desnecessário dizer que o ato não deve ser confundido com a motricidade, a ação reflexa ou o impulso. Um ato só será verdadeiramente psicanalítico se trouxer consequências. Lacan ilustra esse ponto com o poemaPor uma razão de Rimbaud. O que diz o poema? Que um toque de dedo em um tambor pode desencadear toda uma harmonia; que um pequeno passo pode levantar novos homens e pô-los a caminhar; que um meneio de cabeça é suficiente para despertar novos amores. Numa só palavra, que cessada a causa não cessam seus efeitos, porque estes vão muito além daquela.
A UNE RAISON  
Un coup de ton doigt sur le tambour décharge tous les sons et commence la nouvelle harmonie.
Un pas de toi c’est la levée des nouveaux hommes et leur marche.
Ta tête se détourne: le nouvel amour!
Ta tête se retourne: le nouvel amour! [...] Arrivée de toujours, qui t’en iras partout!
         Talvez possamos dizer que um ato é, por vezes, apenas um gesto, apesar da amplidão das suas consequências. Notamos a insistência do poeta no significante “novo” e, por fim, sua conclusão de que os efeitos do ato seguirão em diferentes direções.
Bem antes de chegar ao seminário 15, Lacan já se havia ocupado de fazer a diferença entre a passagem ao ato e o acting out. No decorrer de “O Seminário, livro 10: a angústia”, quando retornou ao caso Dora e ao de Sidonie C., a Jovem homossexual de Freud, ele observou primeiramente que o acting out está presente em ambos: seja quando Dora deixa em sua escrivaninha a carta em que ameaça se matar; seja quando Sidonie passeia com a dama de má reputação pela rua do escritório do pai. Há nas duas situações uma mensagem a ser interpretada, o endereçamento e o apelo ao Outro como gozo do aparelho significante. Por isso ele afirma que, fora da análise, o acting out é a transferência selvagem; dentro dela, o acting out corresponderia à seguinte mensagem ao analista: “você desconheceu a causa de desejo.” Não foi esta a resposta em ato do “Homem dos miolos frescos” diante da intervenção do analista que, em vez de lhe dizer “Você plagia nada”, insistia em lhe dizer “Você não plagia”?
Ainda no seminário 10, Lacan observa que o momento da passagem ao ato é o do embaraço maior do sujeito com o falo, momento em que a emoção comparece como distúrbio do movimento. No ano seguinte, ele indica que a transferência, o sujeito suposto saber, como atualização da realidade sexual do inconsciente, pode também ser dita acting out do inconsciente. Mas se a análise for levada às suas últimas consequências, se ela alcançar o ato analítico, como passagem de analisando a analista, o analista se transformará em resíduo, dejeto, coisa rejeitada. Numa só palavra, em objeto a. Objeto cuja função, na lógica da fantasia, era a de suprir a ausência do ato sexual como relação do homem com a mulher, enquanto relação de Um com o Outro.
Ao acting out transferencial do analisante, é preciso que, do lado do analista, corresponda o ato psicanalítico. Corresponda-lhe como o quê? Primeiramente como ato de autorizar-se por si mesmo, mas também como o ato de restaurar com outros a função desse sujeito suposto saber que o conduziu até o passe, mudança de lugar e, consequentemente, de discurso, e nele se desfez. “O psicanalisando, no início, pega seu bastão, carrega seu alforge, para ir ao encontro, à entrevista com o sujeito suposto saber.” O ato psicanalítico apresenta-se como uma incitação ao saber. Instaura-se uma experiência a ser feita de surpresas, sucessivos cortes, reitera-se a castração, a própria tarefa analítica se reitera. Há um efeito topológico que permite dizer que, somente no ato, o sujeito é idêntico a seu significante.

Comissão Científica:
Coordenação: Vera Pollo.
Gloria Sadala, Elisabeth Rocha Miranda, Georgina Cerquise, Sonia Borges, Rosane Melo, Consuelo Pereira de Almeida.
Comissão de Organização:
Coordenação: Sheila Abramovitch e Gloria Justo.
Yara Lemos, Ana Maria Magalhães, Denise Dupim, Gloria Nunes, Elvina Maciel, Geisa Freitas.

Temas:
1. O ato analítico e a metonímia do desejo.
2. Ato analítico: “um saber enquanto verdade”.
3. Interpretação, dito e semi dizer.
4. A função interpretativa da pontuação,
    da alusão e do corte da sessão.
5. Ato analítico e momento de concluir.
6. Ato analítico, destituição subjetiva e travessia
    da fantasia.
7. Ato analítico, significado e efeitos de sentido.
8. Fim de análise e destituição do
    sujeito-suposto-saber.

Subtemas:
1. Ato psicanalítico e ato poético.
2. Passagem ao ato e acting out.
3. Repetição e ato.
4. A fúria obsessiva
e o ataque histérico.
5. Ato suicida.
6. Ato homicida.

Normas para apresentação dos trabalhos
Lembramos àqueles que desejam apresentar trabalho que só serão selecionados os argumentos das pessoas previamente inscritas nas Jornadas. Os resumos de no mínimo 25 linhas deverão ser enviados para o e-mail secretaria@fcclrio.org.br, até o dia 02 de setembro de 2011. É importante não esquecer que o nome do autor não deve vir junto ao resumo, mas em folha separada, da qual constam apenas o título do trabalho e o nome do autor e-mail  e telefone para contato. A divulgação dos trabalhos selecionados será feita no dia 30 de setembro na sede da instituição e na rede eletrônica de FCCL-Rio. Os trabalhos finalizados deverão ser enviados completos até o dia 31 de outubro, com o número máximo de 07 páginas, incluindo bibliografia; letra Times New Roman, corpo 12, espaço duplo.

Datas e valores para inscrições


Até 30/09


estudante de graduação  110,00
membro e participante - 170,00
profissional - 190,00


Até  15/11


estudante de graduação 130,00
membro e participante - 190,00
profissional - 210,00


No local


estudante de graduação - 160,00
membro e participante - 220,00
profissional - 250,00


Ficha de inscrição:


Nome completo:----------------------------------------------------------------------------
Nome para o crachá: ----------------------------------------------------------------------
Endereço: ------------------------------------------------------------------------------------
    CEP:--------------------- Cidade:---------------------------------------Estado:  UF:------
Tel.:________________________Cel.:________________________________
E-mail:__________________________________________________________

Obs:


*Vagas limitadas para estudantes de graduação.
**Parcelamento em duas vezes c/ cheques pré-datados
***Desistência c/ devolução de 80% do valor pago até 15/10/2011.

Informações


Sede da FCCL Rio de Janeiro (Célia da Silva)
Rua Goethe 66 - Botafogo
secretaria@fcclrio.org.br
Telefone: (21) 2537-1786  /  2286-9225


Inscrições e formas de pagamento
Sede de FCCL-Rio (endereço acima) ou depósito bancário identificado em nome de:
Formações Clínicas do Campo Lacaniano-RJ
Banco Itaú - agência 8598 C/C 06617-6
Informamos que as inscrições realizadas por depósito em conta bancária precisam ser confirmadas por via e-mail.
Enviar comprovante do depósito para a sede de FCCL-RJ